Do ponto de vista formal, o termo
"Índia britânica" aplicava-se apenas às porções do subcontinente
governadas diretamente pela administração britânica em Deli
e, anteriormente, Calcutá. A maior parte do território do
subcontinente sob influência britânica naquela época não era governada
diretamente pelos britânicos: os chamados "Estados principescos"
eram nominalmente independentes, governados pelos seus marajás, rajás, thakurs e nababos,
quem reconheciam o monarca britânico como seu suserano feudal por meio de tratados.
Áden passou a integrar a Índia britânica a partir de 1839; a Birmânia, a partir de 1886. Ambos tornaram-se colônias
separadas do Império Britânico em 1937. Embora o Sri Lanka (antigo Ceilão) possa ser considerado parte do
subcontinente indiano, não integrava a Índia britânica, pois era governado como
uma colônia diretamente de Londres e não pelo vice-rei da Índia.
O Estado Português da Índia
e a Índia Francesa eram
formadas por pequenos enclaves costeiros governados por Portugal e França, respectivamente. Foram integrados
à Índia após a independência indiana.
História
Em 31 de dezembro de 1600, a Rainha Isabel I da Inglaterra
outorgou uma carta real à Companhia Inglesa
das Índias Orientais para comerciar com o oriente. Os primeiros
navios da companhia chegaram à Índia em 1608,
aportando em Surat, no que é hoje Guzarate.
Quatro anos mais tarde,
comerciantes ingleses derrotaram os portugueses numa batalha naval e com isso ganharam a simpatia
do imperador mogol Jahangir. Em 1615,
o Rei Jaime I enviou um
embaixador à corte mogol, negociando-se então um tratado de comércio pelo qual
a companhia poderia erguer postos comerciais na Índia em troca de bens europeus.
A companhia comerciava itens como algodão, seda, salitre, índigo e chá.
Em meados do século XVII, a companhia havia estabelecido postos comerciais
nas principais cidades indianas, como Bombaim, Calcutá e Madras,
ademais da primeira feitoria em Surat, erguida em 1612. Em 1670, o Rei Carlos II outorgou à
companhia o direito de adquirir território, formar um exército, cunhar moeda e
exercer jurisdição em áreas sob seu controle.
No final do século XVII, a
companhia se havia tornado um "país" no subcontinente indiano, com
considerável poder militar, e administrava três "presidências"
(administrações coloniais regionais).
Os britânicos estabeleceram uma
base territorial no subcontinente pela primeira vez quando tropas financiadas
pela companhia derrotaram o Nababo bengalês Siraj Ud Daulah
na batalha de Plassey, em 1757. As riquezas bengalesas foram
expropriadas, o comércio local foi monopolizado pela companhia e a Bengala tornou-se um protetorado sob controle direto
britânico. A fome de 1769 a 1773, causada pela exigência de que os fazendeiros e artesãos
bengaleses trabalhassem por remuneração irrisória, matou dez milhões de
pessoas. Catástrofe semelhante ocorreu quase um século depois, depois que o Reino Unido estendeu o seu controle sobre o subcontinente,
quando 40 milhões de indianos morreram de fome em meio ao colapso da indústria
local.
Expansão territorial britânica
Em 1773, o parlamento britânico instituiu o cargo de governador-geral da
Índia.
Na virada para o século XIX, o governador-geral Lorde Wellesley
começou a expandir os domínios da companhia em grande escala, ao derrotar Tipu Sahib, anexar Mysore,
na Índia meridional, e remover a influência francesa do subcontinente. Em meados
daquele século, o governador Dalhousie lançou a
expansão mais ambiciosa da companhia, ao derrotar os siques nas Guerras Anglo-Siques (o que lhe permitiu anexar o Panjabe) e subjugar a Birmânia na Segunda Guerra
Anglo-Birmanesa. Dalhousie também tomou pequenos Estados
principescos como Satara, Sambalpur, Jhansi e Nagpur,
com base na chamada "doutrina da preempção", segundo a qual a
companhia poderia anexar qualquer principado cujo governante morresse sem
herdeiros do sexo masculino. A anexação de Oudh
em 1856 foi a última aquisição territorial da companhia, pois o ano seguinte
viu a eclosão da revolta dos sipais.
Fonte:
Por: Flavia P. Vasques
RA: B01EIA-4
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