Boa tarde pessoal. Estou postando dois materiais que achei bem interessantes relacionados à Australia e sua cultura, que na verdade tem mais relação com hábitos, costumes locais, entre outros. Acho importante salientar que a Australia, como falamos na aula passada, é um país de multiculturalidade sendo, portanto, um país que aceita as diferenças de uma forma melhor do que o normal em outros países. São pessoas receptivas e amigáveis que, segundo um dos textos diz, estão entre os ingleses e os brasileiros.
Acho interessante falar um pouco da cultura aborígine. Aqui tem um pedaço relacionado a isto, vou ver se encontro mais e posto aqui. Se alguém achar, seria bem interessante, uma vez que é um tema bem legal e acho que enriqueceria nossos estudos (espero que a professora e os colegas concordem).
Enfim, espero que gostem.
Verônica
Cultura Australiana
A cultura australiana é edificada sobre as bases de histórias de batalhadores, foragidos na mata e intrépidos soldados. De heróis do esporte, heróis trabalhadores e migrantes impetuosos. Tem tudo a ver com justiça, a vida ao ar livre e uma boa porção de ironia. Hoje a Austrália também se define pela herança aborígine, o vibrante mix de culturas, ideias inovadoras e uma próspera vida artística.
Cultura aborígine: uma tradição rica e atemporal
O Dreamtime (“Tempo dos Sonhos”) é o sagrado “tempo antes do tempo” da criação do mundo. Segundo a crença aborígine, espíritos ancestrais totêmicos emergiram da terra e desceram do céu para despertar um mundo escuro e silencioso. Eles criaram o sol, a lua e as estrelas, formaram montanhas, rios, árvores e cavidades nas rochas repletas de água e assumiram as formas humanas e animais. Os espíritos ancestrais conectam esse passado antigo com o presente e o futuro através de todos os aspectos da cultura aborígine. Gravuras rupestres, artesanato e pintura de cascas de árvores revelam histórias do Dreamtime, marcam o território e registram a história, enquanto canções contam sobre as jornadas do Dreamtime, mapeando verbalmente nascentes de água e outros marcos essenciais. Suas letras especiais foram passadas praticamente inalteradas de geração em geração há pelo menos 50.000 anos, sendo frequentemente acompanhadas de clapsticks ou do palpitar profundo do didgeridoo. Da mesma forma, as danças tradicionais revelam mitos da criação, representam os feitos dos heróis do Dreamtime e até mesmo eventos históricos recentes.
Mitos coloniais: batalhadores, foragidos na mata e intrépidos soldados
Os australianos acreditam em amizade e justiça e sentem muito afeto pelo perdedor ou “batalhador”. Esses valores têm origem nos condenados e nos primeiros colonizadores que enfrentaram uma árdua batalha com uma terra hostil e desconhecida e frequentemente com uma autoridade injusta. O mais famoso foragido na mata da Austrália, Ned Kelly, protestou contra a pobreza e a injustiça de um sistema de classes britânico enviado para cá juntamente com os condenados. A luta desse herói imperfeito por “justiça e liberdade” e pelas “pessoas inocentes” vem sendo adotada como parte da cultura nacional e tem inspirado incontáveis livros e filmes. Nos garimpos de meados da década de 1850, os garimpeiros foram retratados em histórias e canções como heróis românticos, desordeiros e vilãos que adotaram a democracia. A sangrenta barreira de defesa de Eureka em 1854, quando mineradores vitorianos se rebelaram contra um sistema de licenças autoritário, veio a simbolizar um triunfo da igualdade social. Mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, os corajosos soldados ANZAC, que serviram em Gallipoli, deram um novo significado ao termo “Aussie durão”.
Inglês australiano: falando ‘Strine’
Os australianos têm um idioma coloquial exclusivo, chamado de “strine” (imagine-se dizendo “Australian” (australiano), com os dentes cerrados para evitar que entrem moscas) pelo linguista Alastair Morrison, em 1966. O idioma strine combina muitos provérbios cockney e irlandeses, há tempos esquecidos e pronunciados pelos primeiros condenados, com palavras dos idiomas aborígine. Costumamos abreviar as palavras e então acrescentar um “o” ou “ie” ao final, como em “bring your cossie to the barbie this arvo”. Gostamos de inverter apelidos, chamando as pessoas de cabelo vermelho de “bluey” (azulado), dizendo “snowy” (nevado) para alguém de cabelo escuro e apelidando alguém de baixa estatura de “lofty” (alto). Temos a tendência a aplainar nossas vogais e terminar as sentenças com uma inflexão ligeiramente ascendente.
Heróis do esporte: a glória do verde e dourado
Não é nenhum segredo que os australianos são malucos por esporte. Com mais de 120 organizações esportivas nacionais e milhares de outras locais, regionais e estaduais, estima-se que seis milhões e meio de pessoas na Austrália sejam esportistas registrados. Nada mal para uma população de um pouco mais de 21 milhões! O esporte mais assistido na Austrália é o futebol com regras australianas (AFL), com seus chutes altos e saltos de balé, enquanto a força bruta e as táticas de obstrução da National Rugby League (NRL) reinam supremas em Nova Gales do Sul (New South Wales) e Queensland. A seleção nacional da União de Rugby da Austrália, os Wallabies, joga no circuito internacional e na Copa Bledisloe, parte de um torneio entre três países com a África do Sul. A Austrália é uma nação de nadadores e as medalhas Olímpicas atestam nosso desempenho na piscina. Durante todo o verão, assistimos a equipe de cricket australiana toda de branco e, em janeiro, mudamos de canal para ver o torneio de tênis Australian Open. Realizado em Melbourne, esse evento atrai mais pessoas à Austrália do que qualquer outro evento esportivo. O futebol é um esporte em crescimento, e nós atraímos surfistas de nível mundial para o Bells Beach Surf Classic. Além disso, no feriado de Boxing Day, o primeiro dia útil após o Natal, multidões se reúnem para assistir os barcos zarparem do Porto de Sydney para a corrida de iatismo de Sydney até Hobart. Na primeira terça-feira de novembro, a nação para e assiste à famosa corrida de cavalos, a Copa Melbourne e, em março, todos seguem para Melbourne, para o Grand Prix de Fórmula Um. A lista dos esportes que adoramos prossegue interminavelmente e, se tiver alguma dúvida sobre as regras, basta perguntar a um apostador entusiasmado.
Um estilo de vida ao ar livre: praia e churrascos
Com mais de 80% dos australianos vivendo a até 50 quilômetros da costa, a praia se tornou uma parte integral do nosso famoso estilo de vida descontraído. Desde o treinamento sábado de manhã no clube de surfe para os pequenos até um jogo de cricket de praia após um churrasco, amamos a vida em nossa costa arenosa. Nós nos acotovelamos por um espaço nas praias abarrotadas da cidade, relaxamos em populares destinos de férias e dirigimos até as praias secretas e retiradas nos parques nacionais costeiros. Vamos para a praia para curtir o sol e surfar ou velejar, praticar parasail, pescar, mergulhar e passear pela praia. É ali que socializamos e praticamos esportes, relaxamos e curtimos um romance. É também o lugar para comemorações. Na noite de Ano Novo, os celebrantes dançam na areia e assistem aos fogos de artifício nas praias de Manly e Bondi, em Sydney, e de Glenelg, em Adelaide. Muitas praias são palco de comemorações de cidadania no dia nacional da Austrália, e no Natal quase 40.000 visitantes internacionais seguem para a praia de Bondi vestindo chapéus de Papai Noel e trajes de banho. As praias mais famosas da Austrália – Bondi e Manly em Sydney, St Kilda em Melbourne, Surfers Paradise na Costa de Ouro de Queensland, Cottesloe em Perth e Glenelg em Adelaide – atraem os habitantes locais, bem como turistas internacionais.
Multiculturalismo: comida diversificada, festivais e fé
Desde 1945, mais de seis milhões de pessoas de todo o mundo vieram morar na Austrália. Hoje, mais de 20% dos australianos nasceram no exterior e mais de 40% são de origem cultural mista. Em nossos lares, falamos 226 idiomas – depois do inglês, os mais populares são italiano, grego, cantonês e árabe. Nossa rica diversidade cultural se reflete em nossa comida, que engloba a maioria das cozinhas internacionais e funde engenhosamente um bom número delas. Você encontrará sabores europeus, os tentadores temperos da Ásia, África e Oriente Médio e a comida do cerrado, disponível em qualquer parte, desde bancas de rua até restaurantes cinco estrelas. Devore os pratos tailandeses para viagem, aprecie um perfeito prato de massa italiana no jantar, faça uma boquinha com os tapas no bairro espanhol da nossa cidade e festeje com os rolinhos em Chinatown. Você também pode apreciar nossa mistura de culturas nos muitos festivais coloridos. Veja o samba e a capoeira no festival brasileiro e sul-americano de Bondi, dance atrás da parada do dragão durante o Ano Novo Chinês ou passeie pelas ruas transformadas em uma animada piazza durante as comemorações anuais italianas. Enquanto nação, adotamos uma grande variedade de crenças religiosas, e você encontrará igrejas católicas e anglicanas, templos hinduístas, Sikh e budistas, mesquitas e sinagogas em nossas ruas.
Inovações australianas: desde o varal Hills Hoist até a Penicilina
A geografia única da Austrália e seu relativo isolamento a tornaram um solo fértil para novas ideias. Em 1879, os australianos desenvolveram uma maneira de fabricar gelo artificialmente, o que nos permitiu exportar carne para a Grã-Bretanha em navios refrigerados. Em 1906, a bobina salva-vidas do surfe foi projetada para que os salva-vidas pudessem chegar até nadadores em perigo com uma corda presa às suas roupas. Em 1929, Alfred Traeger criou um rádio movido a pedal, para comunicação do Royal Flying Doctor Service.
Os australianos também são responsáveis por mais invenções do dia a dia, como blocos de notas (1902), aspirinas (1915), marca-passo (1926), penicilina (1940), varal Hills Hoist (1946), seringa plástica descartável (1949), barril de vinho (1965), ouvido biônico (1978), descarga dupla para privadas (1980), tecnologia antifalsificação para cédulas monetárias (1992) e lentes de contato de uso prolongado (1999).
Muito antes da colonização europeia, o povo aborígine já liderava o mundo. Eles inventaram o bumerangue aerodinâmico e um tipo de arremessador de lanças chamado woomera. Eles também foram a primeira sociedade a usar bordas afiadas em ferramentas de corte feitas de pedra, ferramentas do dia a dia que foram desenvolvidas muito tempo depois pelas outras sociedades.
Paixões culturais: teatro, filmes, livros e artes visuais
Do teatro até a literatura, os australianos têm um caso de amor com as artes. Vamos em massa ao cinema e nosso comparecimento a galerias e artes performáticas é quase o dobro de todo o futebol. Nossas cidades são o palco de uma enorme variedade de festivais culturais de vanguarda, além de oferecerem música, teatro, danças e exibições de arte todos os dias da semana. Veja as apresentações de dança tradicional aborígine do Bangarra Dance Theatre, mergulhe de cabeça no festival internacional de música WOMADelaide em Adelaide e absorva todo o teatro, balé, ópera e pintura no enorme centro cultural de Brisbane, em South Bank. Em cidades menores você pode assistir apresentações de músicos locais e ver arte e artesanato feitos à mão.
Fonte: Australia.com
Postado por: Verônica F. Tezoni
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