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sábado, 2 de março de 2013

Índia: antes e depois de Gandhi”


República da Índia:

República da Índia - História
Influenciada por correntes muçulmanas, colonizada pelos interesses econômicos ingleses e libertada por Mahatma Gandhi, a Índia hoje é um dos países que conta com os maiores níveis de crescimento do mundo. Um país carregado de história e um futuro promissor.


DO PERÍODO PALEOLÍTICO A ALEXANDRE, O GRANDE

Os registros arqueológicos indicam que a Índia é habitada desde o período paleolítico. As primeiras culturas que conseguiram alcançar um nível de desenvolvimento arquitetônico, religioso e agropecuário de importância foram as Harappa e Mohendaro, em torno do ano 3.000 AC. Na verdade, são consideradas como o ponto de partida da cultura indiana. Esta foi uma civilização de alto desenvolvimento urbano, que construiu templos enormes, dedicou-se à agricultura irrigada e manteve um ativo intercâmbio comercial com povos do Golfo Pérsico e Suméria.

A partir do ano 1.200 AC, após a invasão dos povos arianos originários do ocidente, começou a estruturação do sistema social de castas e as principais correntes religiosas do subcontinente com as culturas védicas, jainista e brâmane. Os ocidentais introduziram na Índia o cavalo, armaduras de ferro e o idioma sânscrito, que transformaria-se na base da maioria dos idiomas indianos. A civilização criada pelos arianos, que depois recebeu o nome de védica, encontrou sua base num rígido sistema de castas, no qual os conquistadores faziam parte da nobreza dominante.

Porém no século VII, o rei Dario da Pérsia invadiu o vale do Indo, transformando-o numa província de seu império. Em seguida, chegaram as tropas de Alexandre, o Grande, que além de ocupar uma importante parte da Índia, trouxeram a influência da cultura helênica e o contato com as civilizações ocidentais.


A CHEGADA MUÇULMANA

Do século III em diante, a maior parte do território foi unificado pelo império Gupta, Chalukya e Chola. Foi um momento de esplendor para as ciências, a arte e a economia indianas. Diversos estudos eruditos sobre matemática, astronomia e medicina são realizados. Ademais, foi nesta época que o Kamasutra foi escrito, célebre tratado sobre amor e sexo. Além disto, durante este período, o budismo foi difundido e propagado, tranformando-se na religião dominante, enquanto o império Gupta ocupava os atuais territórios do Afeganistão, Nepal e Bengala. Porém a chegada do islamismo no século VII causou, como era de se esperar, profundas tensões entre os seguidores de Maomé e os budistas e hindus.

No ano 1.000 da era cristã, o império Mongol (dinastia da Ásia Central fundada por Babur no começo do século XVI) subjugou o território indiano, colocando-o sob o domínio de Akbar, o Grande. Em 1296, Ala-ud-din Khalji se auto-proclamou Sultão de Déli e, em 1311, a Índia inteira encontrava-se baixo seu sultanato. Para compensar o poderio muçulmano, em 1336, o Império Vijayanagara é fundado, com capital em Hampi, representando o reino da aliança hindu. Com o passar do tempo, vários levantes dividiram o império e os sultanatos muçulmanos formaram uma nova aliança. Entretanto, em 1565, a coalisão dos sultanatos venceu o exército de Vijayanagar. Por esta razão, o poder da região foi passado aos governantes muçulmanos, cujos reinos foram anexados ao Império Mongol.


A CHEGADA EUROPÉIA

No momento onde a expansão mundial das potências européias era a regra, o desembarque no litoral da Índia não foi uma excessão. A competição entre as potências européias pelo domínio do mercado indiano começou no século XV, quando chegaram as primeiras expedições provenientes da Grã-Bretanha, França, Holanda e Portugal. Em 1498, o navegante português Vasco da Gama chegou ao litoral norte da Índia. Os portugueses fizeram frente à supremacia árabe no Mar Arábico e no Golfo Pérsico e, em 1510 tomaram posse de Goa, cidade que acabou transformada no centro do seu poderio comercial e político na Índia, e que controlaram por quatro séculos e meio.

Os interesses econômicos eram tão fortes quanto os conflitos travados entre as potências que lutavam pelo controle da Índia. Em 1687, a Compania das Índias Orientais britânica instalou-se em Bombai e durante todo o século XVIII esteve numa guerra com os franceses, aos quais finalmente derrotaram em 1784. Foi a partir de então, que as tropas da Compania, comandadas por Richard Wellesley, realizaram a conquista constante e planejada do território indiano.

A Compania das Índias Orientais foi o instrumento através do qual os ingleses dominaram o país, e que com o passar do tempo, trasformou-se na “jóia da Coroa Britânica”,cuja exploração possibilitou o desenvolvimento da incipiente Revolução Industrial no coração do Reino Unido, abastecendo a indústria britânica de matérias primas baratas, de capital e um amplo mercado consumidor. Paralelamente a esta exploração, a economia indiana foi desmantelada. Nos setores da economia em que a Índia representava uma concorrência para a Inglaterra, os britânicos foram implacáveis. Suprimiram a exportação de tecidos de excelente qualidade, produzidos de forma caseira e artesanal, que representavam um obstáculo para a indústria têxtil inglesa. Consequentemente, a ruína desta indústria –primordial na Índia na época- trouxe com ela o empobrecimento maçiço dos camponeses, fazendo com que a terra fosse reorganizada sob o cruel sistema Zamindari, que facilitava a cobrança de impostos, enriquecendo ainda mais o Tesouro Britânico. E, para completar o cenário, os camponeses foram obrigados a mudar sua agricultura tradicional para uma de produtos de exportação de acordo com as novas necessidades do mundo industrializado (índigo, juta, café e chá), o que produziu uma grave escassez. A chave da penetração inglesa na economia e cultura indiana encontrava-se no planejamento das centenas de milhares de kilômetros de ferrovias, o que lhe permitia cobrir todo o território de maneira mais eficiente.

Porém a colonização profunda e decisiva dos britânicos na Índia teve seu início na batalha de Plassey em 1757, logo após derrotar o Siraj Nawab Ud Daulah. A vitória permitiu com que os ingleses ocupassem a região de Bengala, que transformou-se num protetorado, sob a administração da Compania. Desde aí, os ingleses expandiram sua influência até outras regiões indianas, de tal maneira que em 1850 tinham sob seu domínio, a maior parte do subcontinente indiano.

Entretanto, em 1857, uma revolta de soldados indianos que prestavam serviço aos britânicos, teve uma consequência política direta: O Parlamento inglês transferiu o poder político e administrativo da Compania à Coroa, transformando-a na administradora direta das colônias britânicas naquela região até sua independência.


A INDEPENDÊNCIA E UM SÍMBOLO: GANDHI

A Grã-Bretanha impôs seu poderio militar na Índia ajudada por uma hábil manipulação de disputas entre castas e grupos nacionais. Em 1858, a maior parte da Índia passou a fazer parte do Vice-reinado inglês. Foi assim que se criou um forte sincretismo entre as culturas locais e os costumes ocidentais, enquanto o sistema econômico alienava-se, movido pela necessidade de abastecimento de matérias primas da principal potência da Revolução Industrial.

A partir do começo do século XX, os movimentos independistas começaram a tomar mais força. Apesar da Índia apoiar com soldados e recursos o esforço britânico na primeira e segunda guerras mundiais, ao mesmo tempo alimentava a idéia de desfazer-se do jogo que representava o domínio colonial. O advogado hindu Mahatma Gandhi (Mokandas Karmchand Gandhi) propunha a resistência pacífica, as greves e a desobediência civil para desarticular o sistema de obediência, sob o qual o poder britânico era mantido. Ao mesmo tempo, o Congresso Nacional Indiano e a Liga Muçulmana, alentavam diferentes modalidades de combates, políticos ou insurgentes, para forçar os britânicos a conceder a emancipação indiana. Em 1947, após um longo e doloroso processo, onde abundaram os massacres de indianos e prisão de muitos de seus dirigentes, a colônia obteve sua independência. A região central transformou-se na Índia, enquanto as regiões muçulmanas do Paquistão e Bangladesh, formaram um estado separado. A divisão provocou o êxodo de 8 milhões de muçulmanos e sikhs para um lado e 6 milhões de hindus, que pretendiam chegar às regiões onde eram maioria na Índia ou Paquistão.

Pelo menos meio milhão de pessoas de ambos os grupos foram exterminadas por seus adversários religiosos. Esta rivalidade entre muçulmanos e hindus, marcaria uma constante tensão entre a Índia e o Paquistão, que nos anos seguintes terminaria em confrontos militares esporádicos. Choques frequentes também aconteceriam nas fronteiras com a China e incidentes com minorias sikhs de Punjab, os tâmils do Sri Lanka e a maioria muçulmana na região de Cachemira.


HOJE

A Índia passou a fazer parte da comunidade de ex-colônias britânicas, porém equilibrou sua política exterior com uma aproximação aos países do Terceiro Mundo e uma excelente relação com a União Soviética. O nacionalismo dominou os anos seguintes à independência e os planos protecionistas e assistencialistas tentaram de diversas maneiras, com êxitos diferentes, combater à pobreza, o analfabetismo e às condições negativas geradas pelo sistema de castas. Depois de uma séria crise, em 1991 o estado indiano adotou políticas de traço capitalista que, de pouco a pouco, foram desarticulando o intervencionalismo estatal na economia e deram fortes e inéditos índices de crescimento consecutivo. Os economistas prevêem que, no rítmo de crescimento atual, no ano 2020 a Índia se transformará no país mais populoso da mundo, e em 2050, na terceira maior economia.



Fonte:
http://www.seuhistory.com/travel/travel_india.html


Juliana Manis
Ra B14IAJ-6

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