Representação Artística da Guerra Civil. Do lado direito, um soldado da União e à esquerda, um soldado da Confederação.
A Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra da Secessão, foi um conflito ocorrido no atual território dos Estados Unidos da América entre os anos 1861 e 1865 entre os Estados do Norte, que formavam a União (Califórnia, Connecticut, Delaware, Illinois, Indiana, Iowa, Kentucky, Maine, Maryland, Massachusetts, Michigan, Minnesota, Missouri, Nova Hampshire, Nova Jérsei, Nova Iorque, Ohio, Oregon, Pensilvânia, Rhode Island, Vermont e Wisconsin, mais os territórios de Colorado, Dakota, Nebraska, Nevada, Novo México, Utah e Washington) e os Estados do Sul, que formavam a Confederação (Alabama, Arkansas, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana, Mississippi, Tennessee, Texas e Virgínia).
Origem
Conforme apontado por historiadores, os Estados do Sul apresentavam um grande atraso no desenvolvimento econômico. Enquanto os ianques (como também são conhecidos os habitantes dos Estados do Norte) possuíam uma economia industrializada, com grande parte da mão-de-obra assalariada, uma grande abundância em energia hidráulica e muitas facilidades de transporte, os sulistas possuíam um clima seco e uma atrasada economia agro-exportadora de algodão e de tabaco, baseada no latifúndio escravista.
E foi esse temor da abolição da escravatura, sem dúvidas, o principal motivo da Guerra. Os sulistas, que utilizavam a mão-de-obra escrava para realizarem seus serviços, tradicionalmente o cultivo de algodão e tabaco sentiram-se ameaçados com a eleição de Abraham Lincoln para presidente. Para os sulistas, um republicano com idéias abolicionistas poderia prejudicar a principal fonte de renda dos seus estados. Com isso, embora Lincoln tenha deixado bem claro em seu discurso de posse que a abolição dos escravos era um objetivo secundário, que o principal objetivo do seu governo seria preservar a unidade da nação, os Estados do Sul, temendo serem prejudicados pelas decisões de Lincoln, se constituíram numa Confederação e se separaram da União.
O Conflito
Inicialmente, as investidas bélicas da Confederação contra a União foram bem-sucedidas, concedendo àqueles uma vantagem, que durou pouco tempo. A União contava com diversos fatores que contavam a seu favor, a saber:
- Uma economia industrializada que contribui significativamente para a fabricação de armas e outros suprimentos;
- Uma malha ferroviária grande e eficiente, permitindo rápido transporte de tropas;
- Maior população e taxas maiores de imigração, aumentando ainda mais o contingente de soldados;
- Os ianques contavam com uma força naval superior e, com isso, aplicaram um bloqueio econômico sobre a Confederação, o que dificultou que esta se deslocasse ao exterior para conseguir armas e demais suprimentos;
- Um governo estável e popular da União;
- A Proclamação da Emancipação, assinada em 22 de setembro de 1862, que estipulava que os escravos que vivessem no territória da Confederação passariam a ser pessoas livres a partir de 1º de Janeiro seguinte. Esse ato, além de proporcionar um incetivo moral à União para continuar os esforços de guerra ainda proporcional o alistamento dos afro-americanos emancipados às forças da União.
Mesmo com tantos fatores contando a seu favor, a União encontrou grandes dificuldades para vencer esta guerra, pois os sulistas apresentaram grande resistência. A maior parte da guerra ocorreu em territórios do sul o que dava a estes a vantagem de conhecer os locais de guerra. Apesar disso, a vantagem ianque era inegável e isso ficou comprovado com a vitória sobre os sulistas.
O reflexo da guerra
A guerra apresentou números assustadores. Oficialmente, o total de mortos da guerra foi de 558.052 soldados. Considerando todos os desaparecidos na época, esse número sobe para aproximadamente 620 mil. Esses número apresentado é maior que a soma de todos os americanos mortos em operações militares desde a Revolução Americana da 1776 até os dias de hoje.
A guerra ainda drenou muitos recursos financeiros e devastou a economia do sul. Apesar disso, nenhum programa governamental foi previsto para a integração
profissional e econômica do Sul aos Estados Unidos da América. O Sul perdeu
toda sua influência política, econômica e cultural nos Estados Unidos. Os
ideais tradicionais do Sul passaram a não ter nenhuma influência no governo
federal. Enquanto o conflito assolava os Estados americanos, a exportação de
algodão pelos Estados do Sul ao Reino Unido ficou altamente prejudicada - o
setor têxtil inglês passou a importar algodão de duas de suas colônias - o Egito e a
Índia, e também incentivando outros países produtores de algodão - inclusive, o
setor algodoeiro no Brasil. Foi o "surto nas exportações brasileiras de
algodão".
A Guerra Civil Americana causou a urbanização das terras do
oeste e das áreas centrais norte-americanas, contribuindo ainda mais para o
crescimento da economia, a expansão industrial e o desenvolvimento do
capitalismo dos Estados Unidos.
Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela União
ao longo da guerra, graças ao esforço de guerra, o Norte cresceu de maneira
surpreendente, principalmente na metalurgia, transporte ferroviário, armamentos
e naval. Além do desenvolvimento tecnológico, houve ganhos no campo da
medicina, escolas e instituições de ensino superior. O comércio cresceu de maneira
exponencial, espalhando-se para todo o território americano. O padrão de
cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de "trabalho
duro, educação e liberdade econômica a todos", e que eventualmente, faria
dos Estados Unidos a maior potência econômica do mundo.
A Confederação
foi abolida pela União, e os Estados rebeldes foram ocupados por tropas da
União até 1877
A escravidão nos Estados Unidos foi declarada oficialmente em 1865, porém os afro-americanos ainda enfrentariam um longo percurso até alcançar a igualdade. Durante um longo períodos eles continuaram a ser marginalizados. As perseguições brutalíssimas por parte de organizações racistas como o Klu Klux Klan e as discriminações de várias ordens (no direito eleitoral, no mercado de emprego, no acesso ao ensino e à habitação etc.) de que foram vítimas só foram eficazmente combatidas por um amplo movimento social encabeçado por Martin Luther King Jr., na década de 60 do século passado
Após a derrota e a recessão político-econômica que se seguiu no Sul, muitos confederados migraram para outras regiões dos Estados Unidos (primariamente, para o Norte e o Oeste americano). Os Estados confederados em conjunto (com exceção da Flórida e do Texas) sofreram em conjunto um decréscimo populacional de cerca de 300 mil habitantes na década de 1870, 450 mil na década de 1880 e 550 mil na década de 1890. Muitos dos confederados que abandonaram o Sul americano emigraram para outros países, entre eles o Brasil, buscando fugir não somente da recessão econômica, bem como da perseguição e discriminação que se seguiu contra a população confederada. Essa fuga consistiu no maior êxodo populacional da história dos Estados Unidos
Jonathans
Ótima matéria
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